A proposta tem como objetivo promover debates entre a Antropologia das
Materialidades e o Patrimônio Cultural. Para isso, esperamos receber pesquisas de graduação
e pós-graduação nas áreas de Antropologia, História, Ciências Sociais e Humanas. Serão bemvindos estudos de pesquisadores indígenas, quilombolas assim como de outros povos
tradicionais da região que se proponham a dialogar com abordagens teórico-metodológicas
para o estudo patrimonial, a análise das materialidades e das práticas culturais locais, bem
como de dinâmicas sociais, históricas e políticas atreladas a essas discussões. A Antropologia
das Materialidades investiga as relações entre as pessoas e objetos, buscando entender tanto
os significados materiais, simbólicos e sociopolíticos incorporados aos artefatos e a realidade
em que são usados e produzidos. O patrimônio cultural reconhecido por uma comunidade ou
um Estado engloba um complexo diversificado de tradições locais que compreende práticas
rituais, expressões artísticas, trabalho artesanal, entre outras manifestações populares.
Possibilita analisar as maneiras que os objetos são produzidos, usados e significados por
diferentes grupos, uma abordagem que enriquece a compreensão das práticas e suas relações
de sociabilidade, dentro de um marco histórico e ambiental. Esperamos, neste espaço, reunir
pesquisas nas quais as práticas comunitárias, objetos e expressões culturais dos grupos
contribuam para a compreensão e preservação dos saberes, visibilizando as relações de poder,
as desigualdades e as dinâmicas de expropriação e apropriação cultural vinculadas à criação
e a gestão do patrimônio, fortalecendo as identidades locais, valorizando as práticas
tradicionais, assim como o protagonismo das comunidades de origem, dos
produtores e artesãos.